AULA I –
PRIMÓRDIOS
Discussão do conceito de documentário.
As muitas definições são sempre comparativas com os filmes de ficção.
(Non-fiction film) Essa oposição é bastante discutível e questionável desde os
primórdios da história do cinema. O fato é que desde suas origens, documentário
também é construção de linguagem cinematográfica.
AULA II - A ESCOLA INGLESA
Anos 20/30. O cinema de John Grierson busca uma finalidade social,
uma educação pública através do Cinema. O cinema como poderoso instrumento na
difusão de valores cívicos e na formação da cidadania.
AULA III – NOVAS TÉCNICAS, NOVAS LINGUAGENS E ESTILOS
O advento do cinema falado no final dos
anos 20 e início dos 30. Em meados dos 50, câmeras mais leves e o gravador
NAGRA, trouxeram a possibilidade de captação direta e sincronizada de imagem e
som. A equipe de cinema ganhou mobilidade; o registro, instantaneidade. A
entrada das câmeras de vídeo, pequenas, leves e de fácil manuseio no final dos
70 e início dos 80. As novas tecnologias digitais, que se desenvolveram
rapidamente nos anos 90.
AULA IV - CINEMA DIRETO/CINEMA VERDADE
Câmeras leves na mão e gravador Nagra:
inovações tecnológicas ampliam a linguagem cinematográfica.
Cinema
Direto: a observação como postura (estratégia)
de apreensão do real e construção da dramaturgia.
Cinema
Verdade: a observação participante usando-se a
câmera como elemento provocador de situações reveladoras. O diretor é um
participante assumido, provoca a “crise “.
AULA V – OS DOCS CONTEMPORÂNEOS BRASILEIROS: DISPOSITIVOS NARRATIVOS
Anos 90, os docs ganham visibilidade:
entre outros motivos, por: barateamento das câmeras digitais; aumento dos
Editais Públicos; criação de festivais específicos sobre o gênero; incremento
de teses e publicações especializadas.
O dispositivo como estratégia narrativa
e provocador de acontecimentos. Trata-se de uma maquinação e ativação do real,
para potencializar a narrativa do filme. Dispositivos temáticos, de tempo,
geográficos, imposição de regras e elementos restritivos.
AULA VI - DOCS DE BUSCA
O filme é o próprio processo de pesquisa
e descoberta do universo abordado. O diretor se posiciona na perspectiva do
público que vai conhecer e descobrir. A busca incorpora o acaso. O roteiro de
filmagem define-se de modo simultâneo ao próprio processo de filmagem.
AULA VII - DOCS DE ACOMPANHAMENTO E CONVÍVIO
O tempo e a convivência “roteirizando” o
filme. Observação e interação moldando o processo e costurando a narrativa.
Processos interativos e altamente dialogais.
AULA VIII - DOCS DE RESSIGNIFICAÇÃO DE ARQUIVOS
Os acervos de fotos e filmes pessoais,
familiares e das instituições de guarda e preservação da memória audiovisual.
Os arquivos digitalizados e a convergência digital. O remix e a ressignificação
de imagens de arquivo.
AULA IX - DOCS DE INVENÇÃO
A experimentação formal e de linguagem.
A aproximação com as artes contemporâneas, por uma dimensão mais plástica. O
tratamento poético da realidade. A informação passada pelos diversos signos da
gramática audiovisual e não apenas pela palavra, pela retórica expositiva.
AULA X - DOCS FILME-ENSAIO
Esse tipo de narrativa documental
explora seus temas de maneira livre, ampla e multidisciplinar. O filme ensaio
se pensa a si mesmo, interroga-se. Transforma seu objeto fílmico em uma ideia.
A voz ou a presença reflexiva do diretor, muitas vezes, se dá neste tipo de
filme.
AULA XI – DOCS HÍBRIDOS
FIC/DOC
O hibridismo de linguagens e gêneros
cinematográficos é algo presente na história do cinema desde seus primórdios.
Nas últimas décadas essas fronteiras tornaram-se mais tênues ainda. Nos filmes
híbridos imperam a incerteza, a (in)diferenciação, o diálogo sútil entre
documentário e ficção.
AULA XII – DOCS DE ESTRATÉGIAS DE REDE
Documentários que se utilizam das redes
sociais como temática e/ou recurso narrativo. A estética e a navegação
característica das redes sociais. O conceito de hiperlink associado à
estruturação de tramas audiovisuais.
AULA XIII – DOCS DE PERIFERIA
Iniciativas como o Festival Visões
Periféricas: o estímulo crescente à descentralização da produção por Editais
públicos para as atividades audiovisuais no período de 2004/2016; a
democratização digital e as políticas de inclusão cultural fizeram com que as vozes
das minorias identitárias e periferias ganhassem centralidade no cinema
brasileiro contemporâneo.
AULA XIV – O OLHAR INDÍGENA
O Projeto Vídeo nas Aldeias fundado em 1986 pelo antropólogo e cineasta Vincent Carelli, inseriu o cinema na vida cotidiana de muitas de nossas etnias. Mais: formou diversos jovens cineastas, que passaram a produzir seus próprios filmes, criando um olhar intimista e orgânico à cultura e as tradições de nossos povos originários.
AULA XV -
OLHARES AFROS ANTI-RACISTAS
Seguindo a tradição de um cinema afro e
ancestral, cujo um dos pioneiros foi o ator e diretor Zózimo Bulbul, muitos
jovens negros têm realizado filmes com foco no nosso triste e perverso racismo
estrutural, com equipe técnica e elenco totalmente afrodescendente.
AULA XVI – A QUESTÃO ÉTICA
O que vale é a medida humana. As
criações de ficção restringem-se, basicamente, aos limites de produção e
distribuição das obras. Nos documentários, a vida dos personagens prosseguem
depois da realização das obras. Ninguém sai completamente inalterado da
experiência de fazer um doc.: nem os protagonistas, nem o diretor e equipe.