Uma reflexão sobre o papel da arte na pré escola e para além dela.
Sem ela são reduzidos os contatos com o subjetivo, o que pode produzir sequelas na cognição e na formação do caráter. É o processo sensibilizador promovido pela arte que leva os indivíduos ao autoconhecimento e ao respeito pelo outro.
PALESTRANTE:
Helio Rodrigues.
Artista plástico (escultor, pintor e gravador)
- Atualmente é professor e diretor do Arte Ação Brasil www.arteacaobrasil.com.br - Instituição voltada para o desenvolvimento e divulgação da arte-educação através de iniciativas presenciais e online. É o professor responsável pelo FORMAe - Formação em Arte-Educação.
- Vinculado ao IAE - Instituto de Arte-Educação - www.institutodearteeducacao.com.br, Helio é mentor e coordenador do Projeto Social Eu Sou, que através da arte, desde 2003 vem fortalecendo a identidade de crianças e adolescentes moradores de comunidades pobres do Rio de Janeiro.
- Atua dentro e fora do Brasil como artista plástico, participando de feiras e exposições desde 1975. www.heliorodrigues.com.br
- Há 8 anos vem apresentando instalações artísticas baseadas em conceitos que levem o público a dialogar com a diversidade e refletir sobre as barreiras sociais. Essas exposições itinerantes têm sido montadas em diversos museus e centros culturais no Brasil.
- Ministrou a cadeira de Arte-Educação do Instituto Superior de Educação Pró-Saber (ISEPS) por 4 anos - 2013 a 2017.
Serão abordados os temas O mundo das concretudes e seus efeitos do desenvolvimento; A estigmatização da arte; O papel da subjetividade para a formação do humano e A arte na educação pelas práticas reflexivas.
ROTEIRO DA PALESTRA:
- A romantização da arte - Uma forma de agregar função para não lidar com a sua volatilidade.
- A função ancora - objetiva - produz concretudes
- A não função volatiza - subjetiva - produz abstrações
- A volatilidade que caracteriza a arte não é sinônimo de fragilidade.
- Relação estereotipada que dá sinonímia entre as palavras: sensibilidade, volatilidade, impermanência, subjetividade, imaginação e dúvida; com as palavras: fragilidade, insegurança, medo, indeterminação, incapacidade e incompetência.
- Sem o exercício da subjetividade indivíduos são sujeitados pelo entorno ao invés de interagirem com esse mesmo entorno, sujeitando-o às suas próprias percepções. O que faz com que se torne incipiente, nesses indivíduos, a percepção do outro.
- É a não percepção do outro que facilita o desrespeito e até mesmo a violência.
Romantização artística:
A visão romântica, tão atrelada às artes visuais, certamente a fragiliza como linguagem que permite que a arte interaja com questões do momento atual, ao mesmo tempo em que também pode interagir com questões adiante deste mesmo tempo. Devido a uma expectativa comprometida com determinada estética e com funções específicas, algumas obras que não atendem a essas referências causam descaso ou mesmo revolta em seus contempladores, mas que no final das contas não deixa de ser uma forma de interação com elas.
“Arte é beleza, é descanso para a alma e para os olhos.” São comuns essas funções dadas para a arte, na verdade esse é um conceito que segue até os dias de hoje impregnado por um período artístico europeu em que a poética romântica se justificava social e politicamente com manifestações de exaltação à natureza, às fantasias, mitos, sonhos e idealizações de pátria e de liberdade.
Romantismo:
É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez a estética da interioridade, que considera a arte como um instrumento para se atingir o cerne da criação, para se entrar em contato com a natureza infinita, através do sentimento sublime.
- Valor dado para a emoção, a fantasia, o sonho, a originalidade que levaram ao desenvolvimento da criação de mundos exóticos, lugar onde é possível fantasiar e imaginar.
- Exaltação da natureza.
- Fortalecimento de ideias nacionalistas (liberdade individual, liberdade do povo); por isso também a admiração pela Idade Média, já que foi o período da criação dos paizes.
- Individualismo, visão de mundo centrada nos sentimentos do indivíduo.
- Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando características idealizadas, como por exemplo a mulher fragilizada e as representações heróicas em defesa da pátria.