Filósofo sistemático do século XIX, Hegel ficou célebre por propor a história como instância de confirmação do pensamento. No entanto, o pensador passou anos de sua longa carreira abordando o fenômeno artístico. Fruto disso são seus cursos de estética. Mesmo com o polêmico parecer acerca da “morte da arte”, sua obra ganhou inusitada atualidade por meio de algumas leituras inspiradas pela arte contemporânea – tanto com Arthur Danto quanto Hans Belting. Para o primeiro, toda arte exige compreensão intelectual, o que a tira da “pureza” da experiência sensível. Para o segundo, a história da arte como perfeição técnica de fato chegou a um fim, o que demanda outros modelos de historiografia. 

Proporcionar o aluno entradas privilegiadas tanto no pensamento moderno quanto no pensamento contemporâneo e uma compreensão histórica do fenômeno artístico, não somente buscando exemplos na história da arte. Hegel constrói seu sistema graças a Kant, talvez seu mais ilustre antecessor, e sua recepção pelos românticos. A querela se dá quanto às possibilidades explicativas do conceito: englobaria ele toda a realidade, abafando qualquer espontaneidade? Ou, pelo contrário, a figura do sujeito da experiência, novidade do pensamento alemão, é uma formação da história em geral e da história da arte em particular? Com isso se quer dizer que a história reúne sujeito e objeto, diferenças tornas iguais já que ambas se transformam. Contemporaneamente, o gesto conceitual hegeliano se coaduna com expressões artísticas que fogem ao figurativismo e apontam para uma necessária camada interpretativa diante do material examinado. Não é isso uma mediação conceitual? E aí temos como apoio tanto os escritos de Arthur Danto quanto os de Hans Belting. Hoje, a “morte da arte” anunciada nos cursos de estética de Hegel, em verdade, cumpre o processo dialético de passagem na alteridade: o sensível (a obra) é também seu contrário – a saber, o inteligível (o pensamento). 

Estudantes, ex-estudantes, artistas, curiosos sobre as áreas de filosofia, estética, arte, Hegel, teoria crítica, ciências humanas, ciências sociais, história da arte

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